Hospital de Matão pede ajuda para as Santas Casas

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Hospital de Matão pede ajuda para as Santas Casas

Esq Edson Rogatti, Presidente da FEHOSP, Nísia Trindade de Lima, Ministra da Saúde, João Marchesan, presidente do Hospital de Matão

Em encontro com a Ministra da Saúde, João Marchesan, presidente do HCFM, apresentou a situação dramática das santas casas e pediu apoio

No dia 10 de março de 2023 aconteceu o encontro com a Ministra da Saúde, Nísia Trindade de Lima, na sede da FIESP em São Paulo, envolvendo autoridades. O presidente do Hospital Carlos Fernando Malzoni, João Marchesan, esteve presente, e na oportunidade apresentou à Ministra a situação caótica em que as santas casas de todo o Brasil estão vivendo.

O problema das santas casas

O Brasil possui 1.802 santas casas, sendo que 409 dessas entidades filantrópicas estão situadas no Estado de São Paulo. Destaca-se que 149 municípios paulistas possuem um único hospital para atender à população, que é o caso da cidade de Matão.

No último ano, as santas casas e hospitais filantrópicos de São Paulo atenderam a 70% das internações de alta complexidade e a 50% dos casos de média complexidade.

Dentro do cenário de pandemia, houve aumento da demanda do SUS, provocado pela onda de desempregos, e a quantidade de pessoas que não conseguem mais arcar com um plano de saúde.

Um problema recorrente é a inflação que impactou medicamentos e insumos, provocando aumentos astronômicos de preços, que não retornaram à normalidade, dificultando ainda mais a gestão das santas casas.

Outra questão já amplamente conhecida, é a defasagem da tabela do SUS há mais de 20 anos. A falta de reajuste desses valores resultou em um subfinanciamento, que provocou o fechamento de mais de 300 santas casas nesse período. O SUS remunera 60% do custo dessas entidades, tratando-se, portanto, de uma defasagem muito grande. Por esses motivos, muitas instituições estão endividadas há longo período.

João Marchesan, atual diretor presidente do Hospital de Matão, e ligado à instituição desde meados dos anos 1980, considera que o endividamento das santas casas no Brasil, hoje, é praticamente impagável. Segundo ele, “é necessário haver uma política pública do Estado para atualizar a tabela SUS e financiar as dívidas das santas casas com juros compatíveis por no mínimo 20 anos, para que essas instituições resolvam seus problemas financeiros e possam atingir o equilíbrio”, explica.

Encontro com a Ministra da Saúde

No encontro realizado em São Paulo junto à Ministra Nísia Trindade de Lima, João Marchesan entregou um ofício, convidando-a a visitar o Hospital Carlos Fernando Malzoni, destacando tratar-se de um hospital de referência na região, e pedindo ajuda emergencial, visto que desde a sua fundação em 1913, o HCFM não passava por crise tão desafiadora.

Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo – FEHOSP, também formalizou pedido à ministra em nome das santas casas, para a liberação de recursos emergenciais visando o auxílio financeiro. De acordo com Edson, “reforçamos o pedido ao ministério para que dê apoio à liberação do montante que falta ser pago às entidades filantrópicas, dos R$ 2 bilhões concedidos por meio da sanção presidencial em dezembro de 2022”, disse, relembrando a Lei Complementar nº 197, que estabeleceu o envio emergencial desse montante para o auxílio de serviços prestados pelas Santas Casas e hospitais filantrópicos.

A Ministra Nísia se mostrou sensível ao problema das santas casas. Em seu discurso, a Ministra reiterou a necessidade de definir uma agenda para alcançar os objetivos, estabelecer etapas e interlocuções necessárias entre as áreas de governos e entidades ligadas à saúde.

O encontro com a Ministra Nísia Trindade de Lima foi mais uma tentativa para sanear as economias das santas casas, que necessitam de atenção urgente. Para João Marchesan, “o SUS ainda existe porque conta com o serviço das santas casas. O nosso Hospital, assim como as mais de 1.800 entidades em todo o Brasil, tiveram um papel essencial durante a pandemia, concentrando esforços para atender os pacientes contaminados, e multiplicando a oferta de leitos de UTI. Agora é o momento de Governo e sociedade garantirem a manutenção dos serviços de saúde”, concluiu.

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