A Embrapa, na sede da empresa em Brasília, na quarta-feira, 26, em comemoração aos 50 anos da empresa, anunciou o lançamento de novas tecnologias e salientou que também serão assinados dois acordos de cooperação, de geração de trabalho e renda para mulheres da agricultura familiar e outro, para pesquisa e produção de fertilizantes.
A determinação consta do primeiro artigo da Lei 5.851, que criou a Embrapa. Passados 50 anos, que se completam em 26 de abril de 2023, a Empresa Brasileira de Agropecuária comemora uma trajetória histórica de contribuição para a agricultura e a pecuária do país.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro esteve presente juntamente com demais parlamentares, representantes de organismos internacionais, de embaixadas, de universidades, de parceiros da Embrapa no desenvolvimento de tecnologias, serão lançadas mais de 30 tecnologias.
O slogan criado para a comemoração é “Seu futuro inspira a nossa ciência”, para valorizar passado e mirar o futuro.
O presidente da empresa, Celso Moretti, destaca as muitas conquistas da Embrapa que levaram o Brasil a se consolidar como líder agropecuário nos trópicos. Segundo ele, será reforçado o compromisso da Embrapa com a garantia da segurança alimentar do país, bem como pela preservação do meio ambiente.
Ao longo de meio século, as atividades desenvolvidas pelo órgão são referências para a construção de tecnologias sustentáveis em nível nacional e regional. No Pará, a Embrapa Amazônia Oriental festeja o trabalho consolidado por anos, mantendo o compromisso em transformar a riqueza biológica da Amazônia em riqueza econômica e com inclusão social.
Ao celebrar meio século de fundação, o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, frisa que, ao longo dos anos, o órgão promoveu uma “revolução” no agro brasileiro, trazendo uma potência capaz de exportar alimentos para diversos países.
Dentre as tecnologias que serão apresentadas na cerimônia de aniversário desta quarta estão cultivares, softwares, aplicativos, equipamentos, bioinsumos e sistemas de produção. Todas foram desenvolvidas em parceria com a iniciativa privada.
Além disso, em breve o órgão irá assinar dois acordos de cooperação: um para Pesquisa e Eficiência para a Produção de Fertilizantes, com a Universidade da Flórida e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos; e outro, de Trabalho e Renda para Mulheres da Agricultura Familiar, com o Instituto Avon, para ampliação de atividades com o pinhão e o uso sustentável da biodiversidade brasileira.
Todas as inovações trazidas a partir do trabalho desenvolvido pela Embrapa foi e é essencial para maior qualidade na mesa dos brasileiros, na avaliação de Lemos. Tudo isso “preocupando-se com tecnologias inclusivas do ponto de vista social e tecnologias que também carregam uma preocupação ambiental”. “Hoje, temos o desafio ainda incorporar inovações ligado a sistemas que mitiguem emissões de gases e efeito estufas, uma agricultura mais tecnificada e cada vez mais digitalizada e, mais do que isso, que possamos, também, incrementar inovações que transforme essa riqueza sócio e bioambiental da Amazônia em riqueza social e inclusão das nossas populações com melhorias econômicas”, disse Walkymário.
Legado
A Embrapa completa 50 anos em 2023, mas a pesquisa agropecuária na Amazônia paraense trilha essa trajetória da ciência na busca do desenvolvimento regional há mais tempo, pois herda a missão do Instituto Agronômico do Norte (IAN), que completa 84 anos no dia 06 de maio de 2023.
A história, quando da transformação do IAN em Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido (Cpatu), em 23 de janeiro de 1975, já sob a égide da Embrapa, ao nome síntese Embrapa Amazônia Oriental, cunhado em 1º de março de 1991, revela que os maiores desafios, com base na conjuntura daquelas décadas, eram desvendar a Amazônia, domesticar espécies nativas e adaptar à região culturas agrícolas para o fornecimento de alimentos à população local, e posteriormente, ao Brasil e ao mundo.
Estudos sobre clima, solo, ordenamento territorial, aliado à domesticação das espécies nativas, e de adaptação de outras culturas à região, traçam uma linha do tempo que desembocam na certeza científica de que não é necessário desmatar mais uma única árvore para o aumento exponencial da oferta de alimentos. Estas são algumas linhas de pesquisa da Embrapa.
A pecuária bovina e bubalina também são frente de atuação do órgão. E, ainda, atuação quanto à piscicultura e pipericultura. O setor florestal também acumula tecnologias e apoio à formulação de políticas públicas.
Bioeconomia e sustentabilidade são conceitos para pesquisa agropecuária da atualidade, mas as bases para sua efetivação no atual ecossistema de inovação, advém no conhecimento construído ao longo dos anos, conforme explica Walkymário Lemos. O gestor define que essa sustentabilidade deve ter como prioridade também as pessoas e essa importância direciona os desafios de presente e futuro da pesquisa na região. “A missão mais urgente é seguir fornecendo ferramentas e estratégias para transformar toda essa riqueza biológica em riqueza econômica e com inclusão social”, enfatiza.
Eliana Saraiva, com informações da Embrapa