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Dramaturgia brasileira perde mais um ícone

Sérgio Mamberti em foto de março de 2017 — Foto: Celso Tavares/G1

Sergio Mamberti consolidou sua carreira no teatro brasileiro e em novelas e seriados da televisão brasileira.

O ator Sérgio Mamberti, de 82 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira (3) em São Paulo. O artista estava internado em um hospital da rede Prevent Sênior, na capital paulista. A informação foi confirmada por um dos filhos do ator, Carlos Mamberti. Ele estava intubado, com uma infecção nos pulmões e faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos.

Mamberti já vinha apresentando problemas de saúde desde julho deste ano, quando havia sido hospitalizado para tratar de uma pneumonia e chegou à passa por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após cerca de 15 dias, se recuperou e teve alta.

Sergio Mamberti foi grande ativista em prol da cultura e sempre primou pelas políticas públicas que favorecesse toda a questão de cultura, juntamente com o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e diversos programas pro-Cultura (Cultura Viva , entre tantos outros). Fui grande contribuinte para o sistema de cultura em particular para o estado de São Paulo. Como articulador cultural, abrigou em sua casa em São Paulo artistas vindos do Brasil e de fora que precisavam de abrigo. Entre seus hóspedes, estão os Novos Baianos, Asdrúbal Trouxe o Trombone e The Living Theatre.

TRAJETORIA

O ator colecionou inúmeros papéis de destaque. Foi nas séries que viveu seu personagem mais querido, o saudoso Dr. Victor do Castelo Rá-tim-bum. Também participou de produções da TV Globo, como “A diarista” e “Os normais”. “Atualmente, esteve no elenco de “3%”, série brasileira produzida pela Netflix. Mamberti dirigiu peças importantes no circuito paulista. Em 2019, estreou, ao lado de Rodrigo Lombardi, a premiada “Um panorama visto da ponte”.

Estreou no cinema em 1966 com a comédia “Nudista à força”, de Victor Lima. Depois, emplacou inúmeros sucessos: “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), “Toda Nudez Será Castigada” (1973), “O Homem do Pau Brasil” (1980), “A Hora da Estrela” (1985), “A Dama do Cine Shangai” (1987).

Também estrelou filmes infantis como “Xuxa Abracadabra” (2003) e “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” (2006); reinou nas novelas.  Um de seus primeiros papéis de destaque foi como João Semana em “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970).

Depois disso, atuou também em , “Brilhante” (1981), “Anjo Mau” (1998), “O Profeta” (2007), “Flor do Caribe” (2013), “Sol Nascente” (2016), entre outras. Seu maior sucesso foi o mordomo Eugênio na clássica “Vale Tudo” (1988). Em 2021, lançou a autobiografia “Sérgio Mamberti: Senhor do meu Tempo”, escrita com o jornalista Dirceu Alves Jr.

Biografia

Mamberti nasceu em 22 de abril de 1939, na cidade de Santos, litoral de São Paulo. Durante mais de 60 anos, dedicou-se à arte e à cultura brasileiras por meio de diversas atividades: foi ator, diretor, produtor, autor, artista plástico e ocupou vários cargos políticos no Ministério da Cultura. Em 1964, casou-se com Vivien Mahr, com quem teve três filhos: o também ator Duda, o diretor Fabrício e Carlos. A esposa morreu em 1980. Depois disso, teve um companheiro por 37 anos, Ednaldo Torquato, que morreu em 2019. Ao publicar sua autobiografia em abril deste ano, o ator falou abertamente sobre sua bissexualidade.

Jornalista Lucas Marcelino
Jornalista Lucas Marcelino
Jornalista MTB: 0081473/SP

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