Gostaria de saber por que um produto que leva mais de cento e sessenta mil vidas por ano – isso só no 🇧🇷 – é vendido naqueles “totens” que ficam nos mercados e padarias, bem perto do caixa, multicores, perto das balinhas e chocolates.

Dia desses, em um mercado do bairro, havia até bexiga de festa de aniversário – do estabelecimento – decorando o totem.

Se o produto é tabaco, por que não limitar suas vendas às tabacarias?

Tabaco, tabacaria. Fácil de compreender.

Que por sinal deveriam ficar pelo menos a uns duzentos metros das escolas, parquinhos, praças e hospitais.

Já há evidência de sobra no sentido de que a redução “espacial” da oferta de qualquer produto psicoativo reduz a taxa de experimentação e consumo precoces.

Quem sabe esse tema não faria parte da agenda de campanha dos que irão vestir as vestes cândidas (alvas) para chegar aos cargos eletivos da República.

Candidato, pela própria origem etimológica da palavra, não pode mesmo ser amigo da indústria da fumaça cancerígena – quer dos cigarros convencionais, quer dos eletrônicos.

(*) Promotor de Justiça – MPSP especialista em Dependência Química.