Os Yankees cederam ao Big Cannabis.
Hoje já são quinze os estados norte-americanos com legalização plena da droga. Fora outros tantos que se deixaram levar pela neuropropaganda da maconha medicinal.
E querem que nós façamos o mesmo – nesta terra na qual se plantando tudo dá.
Terra e mão de obra baratas, Sol a pino, aquíferos imensos, pujante agricultura familiar ou do agronegócio – tudo “preparado” para que o Brasil vire a “colônia” canábica mundial do Século XXI.
A legalização de qualquer droga amplifica a oferta, diminui a percepção de risco e faz aumentar o consumo – notadamente entre crianças, adolescentes e jovens.
Nessa senda, previsível que nos EUA, após a legalização da maconha, houvesse o aumento de mortes ao volante relacionadas ao consumo de THC [psicoativo existente na planta].
Em Washington, um dos estados nos quais se legalizou a maconha [2012/2013], a taxa de motoristas mortos em acidentes, cujos exames periciais de sangue positivaram para THC, cinco anos antes da legalização, era de 8%.
Cinco anos após a legalização essa taxa passou para 18%!
Os dados constam de programa educativo recém implementado no equivalente às autoescolas de Massachusetts, estado em que houve também a plena legalização da maconha.
Vídeo do programa alerta aos jovens motoristas sobre os sérios riscos de dirigir após fumar cigarro convencional ou “vaper” de Cannabis; ou de comer aquelas “jujubas” [“edibles”] com formato de “ursinho” contendo THC. A exemplo do álcool, não há “dose” segura para o consumo de maconha e condução de automóveis. (1)
Enquanto isso, não são poucos os que desejam a legalização da maconha no Brasil, em todos os formatos possíveis e imagináveis, por meio do Projeto de Lei 399/15.
Ainda mais em um país no qual sequer a “cerveja” é considerada bebida alcoólica para fins de propaganda; e tem um dos trânsitos mais violentos do planeta.
Só no estado de São Paulo, “de janeiro de 2019 a julho de 2021, foram registrados 12.470 acidentes e 892 óbitos de motoristas com suspeita de embriaguez ao volante.” A maioria das mortes foi de jovens e ocorreu aos finais de semana. (2)
A quem interessa se aumentar a guerra do trânsito com mais drogas a reboque?
Tal qual o slogan “se beber não dirija” de nula efetividade, o análogo “não dirija depois de fumar ou comer produtos à base de Cannabis” parece que só seria para inglês… ou para americano ver.
(*) 30º Promotor de Justiça de Campinas