OMS recomenda dois novos medicamentos para tratamento de pacientes com Covid-19

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OMS recomenda dois novos medicamentos para tratamento de pacientes com Covid-19

Recomendações foram baseadas em novas evidências de sete ensaios envolvendo mais de 4 mil pacientes com a doença causada pelo novo coronavírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou, nesta quinta-feira (13), as orientações sobre medicamentos recomendados para o tratamento de pacientes com a Covid-19.

De acordo com o documento elaborado por especialistas do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS, o medicamento baricitinibe passa a ser fortemente recomendado para indivíduos em estado grave ou crítico pela doença.

Baricitinibe atua no controle da inflamação

Os efeitos da Covid-19 no corpo podem ser divididos em duas fases. A primeira consiste na fase viral, que reúne sintomas comuns de outras viroses, como dor no corpo, dor de cabeça, coriza, mal estar e febre.

Conforme a doença avança, por volta do sétimo dia da infecção, tem início a fase inflamatória. Embora a inflamação seja um mecanismo natural do organismo, quando exacerbada, ela pode levar ao agravamento dos quadros clínicos.

O medicamento baricitinibe, utilizado no tratamento de artrite, é conhecido justamente pela capacidade de regular o processo de inflamação do organismo. O fármaco conta com um mecanismo de inibição de enzimas chamadas Janus quinase, que contam com diferentes funções biológicas, incluindo a ativação da inflamação nas células do sistema imunológico.

De acordo com a OMS, evidências científicas sobre a utilização do baricitinibe em associação com outros recursos, como corticoides, apontam que o medicamento pode contribuir para controlar a inflamação, reverter quadros graves da doença e reduzir a necessidade de ventilação, sem aumento observado nos efeitos adversos.

O baricitinibe tem efeitos semelhantes a outros medicamentos para artrite chamados inibidores da interleucina-6 (IL-6). No documento, a OMS desaconselha o uso de outros dois medicamentos (ruxolitinibe e tofacitinibe) para pacientes com Covid-19 grave ou crítica, devido à pouca evidência sobre o benefício dos fármacos para a doença.

Anticorpo monoclonal sotrovimabe

Na mesma atualização da diretriz, a OMS também faz uma recomendação condicional para o uso do anticorpo monoclonal sotrovimabe em pacientes com Covid-19 que não apresentam quadros graves. O uso é indicado apenas para pessoas com maior risco de hospitalização, uma vez que foram encontrados poucos benefícios para pacientes de menor risco.

O anticorpo monoclonal imita a capacidade do sistema imunológico de combater o novo coronavírus. O fármaco, que atua contra a proteína Spike do SARS-CoV-2, é projetado para bloquear a ligação do vírus com a entrada nas células humanas.

A Anvisa aprovou o uso emergencial do sotrovimabe no dia 9 de setembro de 2020, entretanto esse medicamento é de uso restrito a hospitais e não pode ser vendido em farmácias e drogarias. A dose recomendada é uma dose única de 500 mg, administrada por infusão intravenosa.

A OMS também realizou uma recomendação semelhante para a associação de dois anticorpos monoclonais (casirivimabe e imdevimabe). Os especialistas observam que não havia dados suficientes para recomendar um tratamento com anticorpos monoclonais em detrimento de outro e apontaram que a eficácia contra novas variantes do coronavírus, como a Ômicron ainda é incerta.

Recomendações consideram evidências científicas

As recomendações foram baseadas em novas evidências de sete ensaios envolvendo mais de 4 mil pacientes com Covid-19 em diferentes quadros clínicos, incluindo não grave, grave e crítica. A OMS é contra o uso de plasma convalescente, ivermectina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 independente da gravidade da doença.

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