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Mercado de trabalho: Estudos apontam recuperação em 2022

Mercado Informal de Trabalho cresce em período de pandemia Foto: reprodução Redes Sociais

Probabilidade de que condições adversas continuem não está descartada

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou nesta segunda-feira, 17, o relatório que alerta para o impacto global da pandemia de covid-19 no emprego e prevê recuperação lenta e incerta dos mercados de trabalho.

O documento aponta piora das perspectivas para o mercado de trabalho global desde as últimas projeções da OIT e indica probabilidade de que condições continuem negativas nos próximos anos. Cabe salientar que a pandemia de covid -19, que dominou a economia mundial pelo segundo ano consecutivo em 2021, impediu a recuperação plena e equilibrada dos mercados de trabalho, conforme conta no relatório de Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo – Tendências 2022.

Pautada nas últimas previsões de crescimento econômico, a OIT estima que o total global de horas trabalhadas em 2022 permaneça quase 2% abaixo do nível anterior à pandemia, correspondendo ao déficit de 52 milhões de empregos em tempo integral (considerando uma semana de trabalho de 48 horas como referência).

O desemprego global deve ficar neste ano em 207 milhões, cerca de 21 milhões a mais do que em 2021, quando ficou em torno de 186 milhões. Estima-se que o desemprego global permaneça acima dos níveis anteriores à pandemia até, pelo menos, 2023.

Em nenhuma das regiões do mundo, os principais indicadores do mercado de trabalho voltaram aos níveis anteriores à pandemia. No entanto, há grande divergência nos padrões de recuperação. A Europa e a América do Norte, por exemplo, mostram sinais mais encorajadores de recuperação, enquanto o Sudeste Asiático, a América Latina e o Caribe apresentam perspectivas mais negativas.

O relatório registra que a perda de empregos e a redução da jornada de trabalho levaram ao declínio da renda. Segundo o documento, nos países em desenvolvimento, a falta de sistemas de proteção social abrangentes que possam fornecer benefícios adequados para estabilizar a renda agravou dificuldades financeiras das famílias que já eram economicamente vulneráveis, com efeitos em cascata sobre a saúde e a nutrição.

De acordo com o documento, é provável que os prejuízos resultantes de tal situação exijam anos para ser reparados, com potenciais consequências a longo prazo para a participação no trabalho, nos rendimentos familiares e, possivelmente, na coesão social e política.

Assim, observa-se também que o maior impacto da crise no emprego das mulheres deverá manter-se nos próximos anos, diz ainda a OIT. Ao mesmo tempo, o encerramento das instituições de educação e formação terá implicações em cascata a longo prazo para os jovens, particularmente os que não têm acesso à internet.

“Dois anos após essa crise, as perspectivas continuam frágeis, e o caminho para a recuperação é lento e incerto”, afirma o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. Ele disse que já se observam danos potencialmente duradouros” nos mercados de trabalho, com aumento da pobreza e da desigualdade.

Para Ryder, não há possibilidade de recuperação da pandemia sem ampla recuperação do mercado de trabalho. “Para ser sustentável, tal recuperação deve se basear nos princípios do trabalho digno — incluindo saúde e segurança, equidade, proteção social e diálogo”, reforça ele.

Em seu compilado, o relatório registra recomendações de políticas para que a recuperação da crise seja plenamente inclusiva e centrada no ser humano, tanto em nível nacional quanto internacional. Tais recomendações estão pautadas no documento Apelo Mundial à Ação, que foi adotado pelos 187 estados-membros da OIT em junho de 2021.

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