Manteiga sobe 23,5% em 12 meses e preço assusta consumidores

Ana Mondini solicita serviço de tapa buracos nos bairros da cidade
22 de outubro de 2022
Musical sobre a vida e a carreira de Sidney Magal estreia em São Paulo
22 de outubro de 2022
Exibir todos

Manteiga sobe 23,5% em 12 meses e preço assusta consumidores

Foto: Divulgação

Dados do IBGE apontam que leite longa vida difere e teve queda de 13,7% no mês de setembro

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço do leite caiu, mas a manteiga se tornou vilã para o bolso do consumidor.
Dados divulgados pelo IPCA relevam que o leite longa vida caiu 13,7% no mês de setembro, já a manteiga continua mais cara e acumula alta de 23,5% em 12 meses. O impacto do aumento de preço do produto reflete tanto no consumidor quanto nos restaurantes.
Para especialistas do setor, a situação é reflexo da união de fatores como a guerra na Ucrânia e o fenômeno meteorológico La Niña, que intensificaram o que seria apenas um problema sazonal da entressafra. A falta de produto geralmente ocorre quando o pasto fica mais seco e os produtores precisam aumentar o uso de ração para alimentar o rebanho.
Segundo Ana Paula Negri, pesquisadora de insumos agropecuários do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), a produção de leite no país entra no período de entressafra entre abril e setembro, já que no outono e no inverno o clima é mais seco. De forma geral, a substituição do pasto pela ração costuma resolver a questão. No entanto, a situação da pastagem foi agravada neste ano pelo fenômeno La Niña, que deixou os campos ainda mais secos, exigindo o uso de outras formas de alimentação.
Ao mesmo tempo, o mundo sentia os reflexos macroeconômicos da guerra entre Ucrânia e Rússia. O embate no Leste Europeu fez o preço das commodities disparar no mercado internacional, pressionando o valor das rações bovinas, feitas à base de milho e soja, explica André Braz, economista da Ibre/FGV.
Outro agravante, segundo o economista, foi a desvalorização do real ante o dólar. Como os insumos para ração são comercializados em moeda americana, os produtores de leite brasileiros sentiram ainda mais esse impacto nos preços.
A FGV-IBRE, aponta que a situação da produção de leite no país deve ser normalizada até o fim do ano, já que os próximos meses devem trazer mais chuvas, ampliando a disponibilidade de pasto para o gado.
Fonte: IBGE, IPCA, FGV

Deixe uma resposta