Dirigente relatou temor de que, após o fim da onda de infecções pela subvariante BA.1 da Ômicron, haja uma nova onda com a BA.2
A líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse haver um temor de que, após o fim da onda de infecções pela subvariante BA.1 da Ômicron do coronavírus, haja uma nova onda com a BA.2.
Ela reiterou não estar afirmando que esse movimento irá acontecer, mas sim que a possibilidade está sendo monitorada. “Estamos vendo aumentos proporcionais da BA.2, que é mais transmissível que a BA.1”, disse Kerkhove, que também afirmou não haver evidências, ainda, de que esta subvariante seja mais grave.
A líder disse ser “incrível” ver como a Ômicron já superou a onda da Delta ao redor do mundo. De acordo com Kerkhove, ao comparar as mutações da BA.1 com as da Delta, é possível perceber que as variantes “penetram” mais no corpo humano e são mais resistentes à proteção das vacinas ou de uma contaminação anterior.
Ela salientou que os imunizantes existentes são altamente eficazes contra hospitalizações e mortes. Kerkhove afirmou ser necessário garantir melhor testagem da covid-19 ao redor do globo, uma vez que se trata de uma parte crítica no combate à pandemia. “Os testes precisam ser confiáveis, baratos e rápidos”, disse.
Emergência global
O diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, disse nesta quarta, 16, que o coronavírus sempre vai existir. “O que queremos é que pare de provocar uma crise de emergência global”, afirmou, em sessão de perguntas e respostas aberta ao público. Ryan reiterou que é preciso “normalizar” o vírus, de modo que seja possível lidar com sua existência, uma vez que variantes continuarão a surgir. “O coronavírus é toda uma família”, destacou.
O diretor afirmou que o vírus que provoca a covid-19 tem sido estudado amplamente e que agora é preciso usar as ferramentas e conhecimento disponíveis para combater a pandemia e preparar-se para a próxima. “Talvez tenha havido mais pesquisas sobre esse vírus do que qualquer outro vírus na história”, disse.
Américas
Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou nesta quarta que os novos casos de covid-19 continuam a recuar nas Américas, com queda de 31% na semana mais recente, em comparação com a anterior. Segundo ela, porém, o nível de casos segue “muito elevado”.
Além disso, o número de mortes continua a aumentar na região, com alta de 5,6% nesta semana, o sexto avanço consecutivo. Na América do Sul, o Brasil lidera em número de mortes, batendo recordes nesta onda atual do vírus. Etienne também destacou o papel da variante Ômicron para provocar a onda atual de casos, em quadro de relaxamento das medidas de proteção pelas pessoas em muitos países. Além disso, a autoridade destacou o papel das vacinas contra o vírus. Segundo ela, a onda atual de casos com a variante Ômicron mostrou que as vacinas atualmente disponíveis protegem a grande maioria das pessoas de hospitalização ou morte.