Estiagem: Mais 19 cidades brasileiras em situação de emergência por desastres naturais

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Estiagem: Mais 19 cidades brasileiras em situação de emergência por desastres naturais

Municípios de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul integram a lista. Fenômeno La Niña as temperaturas e reduz as chuvas, e o impacto nas lavouras já chega a 70% de prejuízo, com perda de R$ 6 bilhões na safra de verão.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a situação de emergência em 19 cidades brasileiras atingidas por desastres naturais. As portarias que oficializam a medida foram publicadas na edição desta segunda-feira, 6, no Diário Oficial da União (DOU).
A maior parte dos reconhecimentos foi concedida a municípios que enfrentam a estiagem. São 16 ao todo, sendo que 15 deles estão localizados no Rio Grande do Sul. São os casos de Arroio do Tigre, Erechim, Formigueiro, Jaguari, Lagoão, Paulo Bento, Pirapó, Rosário do Sul, Salvador das Missões, Sant’Ana do Livramento, São Nicolau, São Vicente do Sul, Sinimbu, Uruguaiana e Vila Nova do Sul.
Além destas, Acari, no Rio Grande do Norte, também sofre com a estiagem.
Mirabela, em Minas Gerais, enfrenta a seca, que é uma ausência de chuvas mais prolongada do que a estiagem. Já as cidades de Cambuquira e Visconde do Rio Branco, no mesmo estado, enfrentam chuvas intensas.
Pecuaristas defendem que a perda vai ser grande, e o sentimento que a gente tem é a tristeza de o animal solicitar comida, pedir comida e não ter o que oferecer. A produção de leite também caiu. Em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, algumas vacas encontraram um pouco de pasto onde antes havia um grande reservatório de água que secou.
Nas lavouras, o prejuízo com a safra de verão já atingiu R$ 6 bilhões. A produção de soja caiu 25%. A safra de milho é que terá a maior queda no Rio Grande do Sul. Com a falta de chuva, o impacto nas lavouras chega a 70% de prejuízo. As plantas estão muito baixas, e sobraram poucas espigas. E elas estão praticamente sem grãos.
Os rios e barragens que abastecem as cidades estão com níveis bem abaixo do normal, e alguns municípios já estão em racionamento. Em Bagé, na fronteira com o Uruguai, os moradores ficam 12 horas por dia sem água nas torneiras. Nos últimos seis meses, a situação piorou. Algumas regiões do estado tiveram cerca de 700 milímetros de chuva abaixo da média para o período.
Estiagem x seca
A falta de água em rios, no solo e em mananciais para abastecimento da população, mas que não chega a comprometer as atividades humanas e nem põe em risco a recuperação de cursos d´água, costumam ser definidos como estiagem.
Contudo, no Rio Grande do Sul, as precipitações foram abaixo da média climatológica, ocasionando a falta de água em reservatórios para geração de energia, abastecimento das populações e manutenção da atividade agrícola, característica típica de seca.
O agrometeorologista Celso Oliveira, da Climatempo. Esclarece que a seca literalmente secou os rios para geração de energia, irrigação e abastecimento humano. Quando há estiagem, o solo fica mais seco, mas é possível ver água passando nos rios. Alguns rios do Rio Grande do Sul tornaram-se temporários, situação que normalmente é observada no sertão.
No RS, devido às chuvas abaixo da normalidade, o fenômeno se intensificou com o avanço da seca extrema de 1% para 9% do estado e com o forte aumento da área com seca grave, que saltou de 28% para 57% do território gaúcho, respectivamente no Norte e no Sudoeste do estado.
Essa é a condição mais severa do RS desde sua entrada no Mapa do Monitor da ANA, em agosto de 2020. Com uma área com seca de 281 mil km², o Rio Grande do Sul fica atrás somente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul nesse aspecto.
Eliana Saraiva, com informações da Defesa Civil Nacional e Climatempo

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