Dandara dos Palmares: Mulher guerreira, que preferiu a morte do que voltar ser escrava

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Dandara dos Palmares: Mulher guerreira, que preferiu a morte do que voltar ser escrava

No Dia da Consciência Negra, o Portal Matão Informa traz algumas personalidades negras e negros do nosso país. Conhecimento e dados históricos são propagados por meio da história desses personagens.

Zumbi dos Palmares é certamente a liderança negra mais citada nos livros tradicionais de história. Mas tão relevante quanto ele na defesa do Quilombo dos Palmares foi sua companheira, Dandara, que além de dominar técnicas de capoeira, participava ativamente na elaboração de estratégias de resistência do quilombo.

Pesquisas realizadas por historiadores de naturezas diversas, até a atualidade, hoje levam a crer que ela nasceu no Brasil e chegou a Palmares ainda na infância, tendo se juntado, ainda menina, a grupos de luta contra o sistema escravocrata.

A vida de Dandara dos Palmares é repleta de mistérios e nosso conhecimento sobre ela é lacunar, não só porque pouco material foi produzido sobre ela, mas também seu legado foi intencionalmente abalado por seus inimigos escravistas. Além disso, muito do que se fala sobre ela é colocado à sobra de Zumbi.

Dandara teve um papel importante na condução do quilombo de Zumbi e na integração da sociedade de maneira harmônica. Ela fazia parte integrada das atividades produtivas cotidianas do lugar, principalmente na produção de gêneros agrícolas diversos, como a mandioca, o milho, a cana e a banana. Ela resistiu como quilombo por mais de 100 anos.

Além de plantar e trabalhar na produção de farinha, Dandara também aprendeu a caçar e teve atuação relevante na posição de caçadora. Para defender o quilombo, pegava em armas liderando forças femininas e masculinas que atuavam na defesa do quilombo contra os ataques portugueses.

A história de Dandara demostra que suas documentações são escassas; entretanto, ela teria sido de suma importância na mudança de rumo que seu quilombo passou em termos de política com os vizinhos no final do reinado de Ganga Zumba.

O líder que antecedeu Zumbi tentava manter relações amigáveis com os portugueses e holandeses que sustentavam o sistema escravista colonial na colônia brasileira, e Dandara teria sido relevante no desenvolvimento da personalidade política de Zumbi, que rompeu com Ganga Zumba e assumiu uma posição mais dura com o governo de Pernambuco.

Veementemente contrária à escravidão, o que não era consenso entre os negros livres que se opunham a Portugal, Dandara nunca aceitou o acordo feito por Ganga com os colonos europeus, que previa a libertação dos palamarinos capturados em troca do retorno de escravos fugidos a Pernambuco, pois esse trato não previa o fim do sistema servil.  

Com Zumbi dos Palmares teve três filhos, Motumbo dos Palmares, Aristogíton dos Palmares, Harmódio dos Palmares. Sua vida ainda é envolta de mistérios e especulações, nem seu rosto é conhecido. Todavia, ela é símbolo da resistência à escravidão e dos sacrifícios feitos e preferidos por aqueles que lutaram contra ela com todas as forças. Dandara se suicidou em 6 de fevereiro de 1694, quando foi presa. Jogou-se de uma pedreira direto para um abismo. Preferiu a morte a voltar a ser escrava.

Em Palmares chegaram a viver 30 mil pessoas distribuídas em aldeias. Sua existência ainda hoje é vista como o maior ato de resistência contra o regime escravocrata. Atualmente, Dandara é aclamada oficialmente como Heroína da Pátria. Decisão foi tomada em 2019, por meio da Lei de número 13.816.

Fonte: Observatorio3setor.org.br

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