Conflito Rússia x Ucrânia e as consequências econômicas

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Conflito Rússia x Ucrânia e as consequências econômicas

Impossível numa economia globalizada ficar alheio a um conflito, quando em um dos lados está uma potência nuclear. Com as operações militares da Rússia na Ucrânia os mercados de todo o mundo ficaram em atenção máxima. A primeira consequência foi uma queda generalizada nas bolsas de valores. Ontem, 24, dos principais 40 índices, 36 fecharam no vermelho.  Acontece que em momentos de incerteza a tendência é que os investidores busquem operações mais seguras saindo da renda variável e buscando ativos como o ouro e títulos públicos de países com economia sólida. A consequência imediata com isso é uma valorização do dólar.

Mas o estrago não para por aí. Uma arma pesada nesse conflito são as sanções econômicas impostas pelas grandes potências. Ontem Estados Unidos e União Européia divulgaram decisões que prometem estrangular a economia do Presidente Putim. Mas uma polarização comercial implica em danos para os dois lados. A Rússia é o maior exportador de trigo do planeta. Nos últimos doze meses o grão teve uma alta de 22% e as expectativas são de novas altas. A mesma coisa  acontece com o petróleo e o gás natural. A Europa é uma grande importadora desses produtos. Países como a Alemanha tem uma grande dependência do gás como fonte de energia e 40% de seu consumo vem da Rússia que é também o terceiro maior  produtor e segundo maior exportador de petróleo. O preço do barril de petróleo Brent, atingiu  ontem US$ 105,00, a maior alta desde 2014. Especialistas afirmam que a alta não vai parar por aí, e como sabemos alta no petróleo é literalmente combustível para inflação.

Brasil

Embora geograficamente longe do conflito e tradicionalmente neutros nesses momentos, sofremos também consequências do ponto de vista financeiro. Com uma corrida para títulos públicos de mercados sólidos, o Brasil como país emergente sofre uma grande evasão de recursos, por sermos considerados um mercado de maior risco. O efeito colateral disso é uma fuga de dólares que vai ter impacto direto na desvalorização do real. Na prática, inflação.

O petróleo como sabemos trata-se de uma commoditie que tem os preços regulados  no mercado internacional. Com alta lá fora, ocorrerá pressão no mercado interno. Gasolina, diesel e gás mais caros é pressão inflacionária também.  Outro ponto de preocupação para o mercado brasileiro é em relação ao agronegócio, uma vez que somos grandes importadores de fertilizantes russos. 

Diante de tantas variáveis onde num primeiro momento todos perdem, só nos resta a expectativa de um rápido cessar fogo e acordo diplomático. O mundo agradece e a economia também.

Sérgio Oliveira – Analista Econômico
Sérgio Oliveira – Analista Econômico

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