Ao comprar um eletrodoméstico o consumidor já se habituou com o selo do Inmetro que indica a eficiência de consumo. É aquela tabela que vai de A começando em verde e termina no vermelho. Esse indicador ajuda em muito na hora da compra.
Acontece que quando o produto é o refrigerador, nosso verde é menos verde que o vizinho. O problema é que os critérios de avaliação estão muito defasados. Não são revistos desde 2006 e muita coisa mudou nesses 16 anos. Isso significa que que dentro da qualificação de etiqueta A existem produtos com classificação igual, porem com consumo diferente. Isso dificulta em muito para o consumidor na hora de decidir. Dentro da classificação A atualmente, existem geladeiras que consomem metade de energia em relação a outra dentro da mesma categoria. Para se ter uma ideia, refrigeradores com classificação A aqui no Brasil chegam a gastar duas vezes mais que modelos idênticos vendidos na India ou no Quenia.
Para equacionar a questão o Inmetro começou um processo de revisão de etiquetas de modo a incentivar as empresas a desenvolver equipamentos que gastem menos. E aí começam os problemas porque hoje os produtos classificados como A pagam menos IPI e se forem rebaixados a tendência é um aumento de preço. O jeitinho à brasileira foi num primeiro momento fazer subdivisões na indicação A, que passaria a ter três tons de verde e iria de A +++ até A + valendo 10% a mais em cada etiqueta. Resumindo uma geladeira verde escuro A +++ seria 30% mais econômica que uma verde claro A+. Com esse critério valendo, hoje apenas 9% dos refrigeradores em oferta são triplo A. Essa transição vai até 2026, quando então voltariam os padrões de avaliação existentes hoje. A nova classificação foi publicada através da Portaria 332 de 02/08/2021 mas aceita como transição a utilização anterior até 30/06/2022. Com a modernização dos equipamentos a expectativa é que o consumo de energia seja reduzido em 44% gerando uma economia de 3 bilhões e 700 milhões de reais, algo muito oportuno num cenário de crise energética como a que vivemos no ano passado.
Até que as mudanças não aconteçam de forma total a alternativa é pesquisar, antes de decidir pela compra, para que literalmente ao adquirir um refrigerador novo consumidor não entre numa gelada.