Viajar, tocar de carro, ter um bom plano de saúde e manter os filhos em uma escola particular são situações que sempre estiveram na pauta do cidadão brasileiro. Mas com a insistente pressão inflacionária, muitos desses planos tem sido abortados. Com projeção oficial de 10,22% para esse ano aliada a um alto índice de desemprego de cerca de 12 milhões de vagas segundo o IBGE, a classe média sofre um impacto direto no poder de compra. Segmento que sabidamente é o motor que impulsiona o consumo no Brasil.
Pesquisas apontam que 26% das famílias precisaram deixar o plano de saúde, 14% não conseguem pagar a mensalidade escolar, 12% não tem mais empregadas domésticas, 52% desistiram de trocar o carro e 82% abandonaram a idéia de viagens aéreas.
Essa queda do poder aquisitivo se revela no PIB per capta. Segundo o FMI esse indicador recuou no Brasil e hoje estamos abaixo de países na América Latina como Chile, Argentina e México. Pesa também o fato de que as novas vagas de emprego vem ocorrendo com contratação em valores mais baixos, o que acaba diminuindo a média salarial no país.
O mercado aposta que a pressão inflacionária deve perder fôlego somente a partir do segundo semestre do ano que vem, a depender de uma série de fatores como queda do dólar, normalização da crise hídrica, estabilização no preço dos combustíveis e principalmente avanço nas reformas fiscais e tributária, algo um pouco menos provável se consideramos que 2022 é um ano eleitoral.
Enquanto isso os sonhos e projetos de milhões de brasileiros continuam sendo adiados.