De acordo com a Polícia Civil e Defesa Civil de Minas Gerais, buscas terão continuidade
As buscas no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), continuarão pelos próximos dias. Esse foi o anúncio de domingo, 9, da Defesa Civil e a Polícia Civil de Minas Gerais. Segundo os órgãos, os trabalhos prosseguirão porque, embora todos os dez mortos tenham sido resgatados, algumas vítimas tiveram somente pedaços de corpos encontrados.
A polícia aguarda eventuais comunicações de novos desaparecimentos, no caso de eventuais turistas que estavam sozinhos. “Pode ser que uma pessoa ou um casal estivesse caminhando e tenha caído uma pedra. Não temos pressa de terminar os trabalhos”, disse o delegado Marcos Pimenta, da Polícia Civil mineira.
Segundo Pimenta, o impacto da rocha, está dificultando os trabalhos de reconhecimento, informou o delegado.
Responsabilidades
O sargento da Defesa Civil de Minas Gerais Wander Silva informou que a apuração sobre a falta de fiscalização e de medidas de segurança, que poderiam ter prevenido a tragédia, será discutida na investigação do inquérito aberto pela Marinha.
Cerca de duas horas antes da tragédia, a Defesa Civil mineira emitiu um alerta de cabeça d´água (forte enxurrada em rios provocada por chuvas) para a região de Capitólio, mas os passeios turísticos continuaram normalmente.
Reunião
Os prefeitos de São José da Barra, Paulo Sergio de Oliveira, e de Capitólio, Cristiano Silva, anunciaram que medidas para reforçar a segurança do turismo no Lago de Furnas serão discutidas amanhã (10). O encontro reunirá prefeitos da região e representantes da Defesa Civil de Minas Gerais, da Polícia Militar e da Marinha.
Segundo o prefeito de Capitólio, uma lei municipal de 2019 disciplina o turismo no cânion, proibindo banhos na área de circulação das lanchas e limitando a 40 o número de embarcações que podem permanecer por até 30 minutos na área do cânion. Além disso, normas da Marinha estabelecem o ordenamento da orla do lago.
Ele admitiu que, até agora, não existia uma norma sobre a distância mínima entre as lanchas e os paredões rochosos. Segundo ele, um perímetro mínimo de segurança só poderá ser definido após estudo técnico. O prefeito ressaltou que o desprendimento de um bloco tão grande é inédito na região.
O Fato
Ao menos dez pessoas morreram e 30 ficaram feridas no sábado (8/1) após um acidente , quando uma placa rochosa desprendeu da encosta e caiu entre as lanchas entre os cânions na represa de Furnas, em Capitólio, Minas Gerais.
Os três últimos corpos foram encontrados durante buscas na região do acidente neste domingo,9. O trabalho de resgate havia sido suspenso na noite de sábado, por segurança da equipe.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, mais de 50 militares foram encaminhados para a área de busca, entre eles 11 mergulhadores especializados em resgates e que são familiarizados com a área.
Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML). Uma das dificuldades encontradas para o reconhecimento deles, segundo a equipe que acompanha o caso, foi a gravidade das lesões nos corpos das vítimas.
Visita cancelada
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que visitaria o município de Capitólio neste domingo, cancelou a ida à região. Segundo o governo estadual, o mau tempo impossibilitou a viagem.
Por causa das fortes chuvas que atingem o estado, as quais inviabilizam as autorizações e condições para voo, o governador não compareceu em Capitólio neste domingo. Nova data para a viagem será anunciada em breve”, informou a Secretaria de Governo do estado. A Marinha também informou que abrirá um inquérito sobre o caso.