Brasil é o país com a maior taxa de juros no mundo

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Brasil é o país com a maior taxa de juros no mundo

No último dia 04, o Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia (SELIC) para 12,75% ao ano. Com esse índice o Brasil passou a liderar o ranking das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) entre as maiores economias do mundo. Considerando apenas a taxa de juros nominal, o Brasil manteve o quarto lugar, atrás de Argentina, Rússia e Turquia. Os menores juros nominais do planeta são praticados na Suiça ( -0,75%).

A movimentação de alta é uma tendência mundial, resultado de uma pressão global de inflação. A pandemia obrigou a maioria dos países a adotar medidas de socorro financeiro emergencial que resultou numa maior oferta de dinheiro em circulação, provocando aceleração de demanda num cenário de choque de oferta no atacado.

O aumento na taxa de juros é uma ferramenta utilizada para conter a inflação. A intenção é frear o consumo encarecendo o crédito e desestimulando saques de recursos para compras por um lado e de outro atraindo investidores estrangeiros, que tem como consequência direta a desvalorização do dólar. A alta estipulada pelo Banco Central essa semana é a décima consecutiva e o índice atual é o maior desde 2017. E não deve parar por aí. O mercado financeiro aposta numa taxa Selic de 13,25% aa até o final do ano.

Com a alta na taxa de juros nos EUA anunciada ontem pelo FED, países emergentes como o Brasil sofrem o impacto da medida. A expressiva queda na Bolsa de Valores ontem acompanhada da desvalorização do real são reflexos das medidas tomadas pelo Banco Central americano

A CNI criticou a recente decisão do Bacen argumentando que essas medidas não tem surtido o efeito esperado, uma vez que a inflação não é de demanda, mas de oferta, sendo que o encarecimento no custo do crédito desestimula o investimento provocando um efeito cascata. Por outro lado o Banco Central sustenta que as medidas são necessárias e aposta numa desaceleração inflacionária a partir do segundo semestre.

Enquanto isso o cidadão comum vê a cada dia a redução de seu poder de compra e não tem como associar esse cenário a tempos sombrios de um passado não tão distante.

Sérgio Oliveira – Analista Econômico
Sérgio Oliveira – Analista Econômico

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