País tem 78,3% dos habitantes com alguma dose e 68,6% com o 1º ciclo completo
O Brasil completa 1 ano de sua vacinação contra a covid-19 nesta segunda-feira, 17. Há 12 meses, a enfermeira Mônica Calazans se tornou a 1ª vacinada no país. Recebeu a CoronaVac em São Paulo poucos minutos depois de a Anvisa autorizar a aplicação do imunizante. O evento foi organizado pelo Governo do Estado de São Paulo.
Ao menos 49 países já haviam começado a imunização contra o coronavírus antes do dia 17, segundo dados do Our World in Data. O começo da campanha brasileira foi lento. A alta demanda mundial por vacinas e a demora do governo para fechar acordo com as fabricantes de imunizantes fizeram com que poucas vacinas fossem entregues ao Brasil no 1º semestre de 2021.
O país levou quase 4 meses para chegar a 10% da população com alguma dose no braço, em abril. A campanha ganhou força em junho. Em agosto, metade da população havia recebido alguma dose. E em novembro, 50% tinham o 1º ciclo vacinal completo (duas doses ou dose única).
Israel atingiu em março de 2021 a marca de metade dos habitantes com o 1º ciclo completo, conforme o Our World in Data. O Chile, em junho. E em julho foi a vez de Estados Unidos, Canadá, Portugal, Espanha, Reino Unido, Uruguai e China. O Brasil só passou de 20% com o 1º ciclo completo no mês seguinte, em agosto.
Agora, o Brasil tem 78,3% dos habitantes com alguma dose e 68,6% com o 1º ciclo completo. É o 54º colocado no ranking do Our World in Data de países com maiores percentuais de população com duas doses ou dose única. Está na frente de Israel e Estados Unidos.
“O Brasil mostrou o porquê é referência em vacinação, não só pela organização, mas pela nossa população, que é sempre a favor de vacina“, afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). Segundo ela, a confiança dos brasileiros na vacina faz “muita diferença” quando comparado com outros países, principalmente do hemisfério norte.
Ethel Maciel, doutora em saúde coletiva e epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro salienta que “demorou muito para que tivesse oferta de vacinas. E isso fez com que muitas pessoas morressem desnecessariamente”. Ela defende ainda que se o Brasil tivesse adiantado a vacinação, menos pessoas poderiam ter morrido durante a 2ª onda que o país enfrentou em março e abril de 2021 pela variante gama. O Brasil só chegou a 10% da população com alguma dose em abril, quando já registrava mais de 3.000 mortes diárias.