Agro: PIB do setor cai 4,1% em 2022 e deve crescer até 2,5% no ano que vem, projeta CNA

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Agro: PIB do setor cai 4,1% em 2022 e deve crescer até 2,5% no ano que vem, projeta CNA

Trigo deve ser a commodity com maior aumento de preços em 2023, segundo balanço apresentado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária



O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro irá fechar 2022 com saldo negativo de 4,1%, principalmente em função da queda da produção e redução dos preços. Os dados são do balanço do setor apresentado nesta quarta-feira (7) pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). A guerra entre Rússia e Ucrânia foi colocada pela CNA como o principal distúrbio econômico do ano, o que acelerou a inflação de energia e alimentos em todo o mundo, além dos impactos da pandemia.
Em dezembro do ano passado, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) era a produção de 291 milhões de toneladas para a safra de grãos 2021-2022. O balanço fechado em setembro deste ano apontou produção de 271 milhões de toneladas.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi salientou que o fenômeno La Niña de intensidade alta, principalmente nos três estados do Sul, mais Mato Grosso do Sul, foi um dos fatores preponderantes, assim como enchentes em Minas Gerais, Bahia e outros estados do Nordeste que prejudicaram muito a safra de grãos. Só o milho e soja, o prejuízo foi estimado em R$ 83 bilhões.
Em relação aos custos de produção, a CNA chamou atenção para o aumento nas cadeias de arroz, milho, soja e trigo, que passaram de 40%. Lucchi destacou que no setor pecuário, os fatores fora os mesmos e os aumentos de suplemento mineral e ração se mantiveram muito elevados. Uma cadeia que se destacou foi a suinocultura. O diretor técnico da CNA disse que o Brasil teve grande produção brasileira, mas houve uma retração de consumo no mundo.
Em relação à balança comercial, entre janeiro e novembro deste ano, as exportações do agro representaram 48% do total do país (R$ 148,3 bilhões em R$ 308,4 bilhões), crescimento de 23,1% em comparação a todo o ano de 2021. Segundo a CNA, os principais produtos exportados são soja em grãos, carne bovina, milho, farelo de soja e açúcar bruto.
As importações, por outro lado, somaram R$ 15,8 bilhões de um total de R$ 250,8 bilhões. Trigo, papel, óleo de palma, salmão fresco e malte compõem a lista de principais mercadorias trazidas de fora pelo Brasil.
A conclusão do acordo das negociações com Singapura foram positivas. Esse é o primeiro acordo que o Mercosul fecha com países da Ásia. Segundo a diretora de relações internacionais da CNA, Sueme Mori, Singapura não é um mercado muito grande, mas é significativo.
Projeção para 2023
Ao analisar o cenário internacional e as projeções do agronegócio para 2023, a CNA considera que o crescimento mundial terá ritmo mais lento. Quanto à produção das principais commodities, a Confederação prevê que haverá incremento de soja, o que pode levar a uma queda do preço do produto no próximo ano.
Lucchi explicou que o trigo é a commodity que a gente imagina que terá preços maiores, principalmente por causa dos países produtores na União Europeia, a própria Ucrânia e Rússia, terem problemas de ampliação de produção e ainda gastos mais elevados por conta do contexto da guerra, o que pode impactar ainda mais.
A expectativa é de que o PIB do agronegócio fique entre 0% e 2,5%. O PIB do país tem previsão de crescimento de 0,75%. Lucchi salientou que o Brasil cresceu em 2020 algo em torno de 20%. Em 2021 foi 8% e esse ano o Pais deve sofrer queda de 4%. Então crescer 2,5% em cima de uma base extremamente grande não é algo pequeno, mostra que o setor realmente segue importante.
O diretor técnico da CNA observou ainda que defende a flexibilização do teto de gastos por menos tempo e não por todo o próximo mandato do governo eleito, como está na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela equipe de transição ao Congresso Nacional. Segundo Lucchi, a medida pode elevar o risco de crescimento da dívida do governo, o que pode acarretar em alta inflação e aumento dos juros.
Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

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