A queda do Dólar veio pra ficar?

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A queda do Dólar veio pra ficar?

Desde 2017 o dólar vem em uma escalada de alta em relação ao real. Saiu de R$ 3,25 em dezembro de 2016 para fechar 2021 em R$ 5,57. Uma alta acumulada de 71,6%. Em 2022 a moeda americana vem dando sinais de queda. Ontem no final do fechamento estava sendo cotado a R$ 5,17, uma queda no ano naquele momento de 7.74%.

Antes de analisarmos se essa tendência veio pra ficar, você  pode estar se perguntando : Até onde o valor do dólar tem impacto na minha vida ? Eu afirmo que muito. Vai além dos gastos para quem vai viajar ao exterior ou comprar um artigo importado. O dólar tem influencia direta no seu dia a dia. Impacta o preço dos alimentos, material de construção e combustíveis, só pra ficar nesses três exemplos.

Agora, voltando à queda da moeda americana,  o mercado aponta que é difícil uma sustentação do dólar abaixo de R$ 5,00. A moeda está caindo em função do aumento da taxa de juros. A Selic que é a taxa básica de juros brasileira está hoje em 10,75% aa. Isso faz com que as aplicações em renda fixa no Brasil remunerem muito acima de outros mercados, aumentando o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros aportarem seus recursos aqui. Com a entrada de dólares no país ocorre um aumento na oferta derrubando o valor da moeda americana. Para se ter uma ideia até 04 de fevereiro a entrada líquida em 2022 estava em US$ 9,5 bilhões enquanto que 2021 fechou negativo em US$ 3,7 bilhões. A prática de uma elevada taxa de juros pelo Banco Central implica num aumento de gastos do Governo  mas,  é uma das ferramentas utilizadas contra a inflação. Outro fator que pode colaborar na valorização do real é uma alta no preço das commodities que tem como reflexo imediato a entrada da moeda americana,  uma vez que o Brasil é um potencial exportador desses produtos. Temos ainda como fato favorável  a situação de que os papéis listados na bolsa de valores estão  muito baratos para os estrangeiros, estimulando a compra e consequente entrada de dólares no mercado.

Mas se temos tantos fatores positivos, o que impede que a moeda americana fique abaixo de R$ 5,00 e se estabilize ? Segundo os economistas, grande parte desses recursos tem natureza especulativa, ou  seja podem a qualquer momento migrar para outros mercados. O  Brasil ainda desperta incertezas como o curso da pandemia, aumento das contas públicas e eventuais deslizes por conta das eleições presidenciais. No mercado externo um aumento na taxa de juros dos Estados Unidos e um conflito na Europa são ameaças ao câmbio doméstico.

Essas variáveis sinalizam que o desalinhamento cambial continue e a projeção para a moeda americana é de chegar ao final do ano em R$ 5,70. Mas sempre é bom lembrar que em economia não existe receita pronta. Numa economia globalizada a derrubada de teorias é uma prática cada vez mais constante. 

Sérgio Oliveira – Analista Econômico
Sérgio Oliveira – Analista Econômico

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