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21 de Março – Não ao Racismo

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebra-se em 21 de março em referência ao Massacre de Sharpeville

Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20 000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.

Em memória a este massacre a Organização das Nações Unidas – ONU – instituiu 21 de março o dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial A prática do racismo na Internet. 

No ano de 2006 (literalmente) foi aprovado projeto de Lei do Senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê pena de reclusão de dois a cinco anos e multa aos responsáveis por crimes de discriminação divulgados via internet.

Dia dos Direitos Humanos na África do Sul

Na África do Sul, o Dia dos Direitos Humanos é um feriado público celebrado em 21 de março de cada ano. O dia comemora a vida daqueles que morreram para lutar pela democracia e pela igualdade de direitos humanos para todos na África do Sul durante o apartheid, um sistema institucionalmente racista baseado na discriminação racial. O Massacre de Sharpeville em 21 de março de 1960 é o dia de referência especial para este feriado.

As múltiplas faces do racismo 

 Embora a proibição da discriminação racial esteja presente em todos os principais instrumentos internacionais de direitos humanos e, também, na legislação brasileira, as atitudes racistas e discriminatórias estão presentes em inúmeros lugares e sob diferentes facetas da sociedade. Acontecem, por exemplo, quando pessoas negras e brancas entregam seus currículos em uma determinada empresa e o Departamento de Recursos Humanos dá prioridade para a contratação da pessoa branca, levando em consideração fatores raciais e não técnicos, ou quando uma instituição, como um todo, espelha as relações sociais racistas que existem na sociedade, dificultando a ascenção profissional de negros.

De Acordo com o historiador Dionisio Baró, as grandes empresas – financeiras, industriais e comerciais – não têm na direção suficiente número de pessoas negras, embora existam pessoas negras bem preparadas técnica e educacionalmente, com condições para dirigir, mas, por causa da cor da pele, são impedidas de avançar. O racismo aparece em toda a parte: na mídia, quando não dão papéis de destaque nas obras dramáticas a atores negros, o que tem começado a mudar no último anos em razão do protesto de movimentos sociais negros; na escola, quando uma criança é ofendida por outras crianças e o professor não faz nada para evitar isso, omissão que afeta a autoestima da criança negra e aumenta, incorretamente, a autoestima da criança branca, que cresce se sentindo superior e com direito de discriminar o negro. Todas essas são diferentes facetas do racismo que devem ser erradicadas.  

Há também o racismo religioso, quando representantes de uma religião interpretam suas respectivas doutrinas manifestando pontos de vista racistas, repletos de intolerância,  que pregam a segregação. “O ser humano é uma mistura indissolúvel de espírito e matéria, então se você atacar algum dos elementos da espiritualidade da pessoa, você está contribuindo para diminuir esta pessoa. Quando você considera que as religiões que chegaram da África são demoníacas, enquanto as que chegaram da Europa são superiores, você está contribuindo para discriminar as pessoas. Neste sentido, ainda se faz necessário ampliar as discussões também no seio da religiosidade”, salienta Boró. 

De uma forma geral, segundo Boró, as manifestações de discriminação racial, de preconceito e de racismo ainda são vistas de forma muito naturalizada na sociedade, o que tem sido recorrente em países que conheceram a escravidão ou a imigração de pessoas de países colonizados. “Aqui, por exemplo, quase todo dia temos notícias de pessoas que foram agredidas por serem negras e estarem em lugares que o racista não considera que é para estarem os negros”, lembra.

É importante que todos entendam que a luta contra a discriminação racial deve ser um trabalho coletivo, institucional e frequente nas mais diversas esferas da sociedade, pois somente combatendo a ideologia racista é que haverá um mundo mais igualitário. “Para termos uma sociedade realmente livre de preconceito racial, é preciso o esforço de todos, não somente dos negros, que são atingidos diretamente. O racismo transforma a sociedade, como um todo,  em uma sociedade injusta. Uma sociedade, para ser verdadeiramente democrática, tem que garantir o avanço, a liberdade e a felicidade de todos os cidadãos. É preciso que todo mundo se envolva na luta contra a discriminação, porque essa discriminação, enganosamente, pode beneficiar determinadas pessoas, porém a sociedade, como um conjunto, se limita. A falta de ascensão da população negra contribui para diminuir o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a felicidade coletiva”, finaliza Dionisio Baró. 

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